Paraíba

Na Paraíba, um convênio entre o Governo do Estado, por meio da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), e a Universidade de Uberaba (Uniube), de Minas Gerais, investe em programa de melhoramento genético da pecuária leiteira que possibilita a multiplicação das raças zebuínas Gir, Guzerá e Sindi através da técnica de fertilização in vitro.

Segundo o presidente da Emepa, Manoel Duré, com esses investimentos será possível repovoar o rebanho com uma genética melhorada e atender a demanda de produtores, o aumentará a produtividade de leite.

“Trata-se de uma Parceria Público Privada bem sucedida, sem custo algum para a Emepa. A Uniube assumiu todas as despesas, inclusive com o transporte dos animais para Uberaba e o retorno, em carreta, além de dois técnicos da Emepa que viajaram de avião”, destaca o diretor técnico e pesquisador da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa.

Em 2011 a meta do Governo do Estado era reestruturar a empresa, recompor e qualificar o rebanho para disseminar para pequenos, médios e grandes criadores o padrão genético selecionado na Paraíba há mais de 50 anos e isto está sendo feito, garante Wandrick.

O projeto envolveu 36 vacas da Emepa de alto grau de pureza genética, já em fim de vida útil produtiva que no máximo iriam parir um ou dois bezerros, cada uma. Com a fertilização in vitro houve a multiplicação de animais em alta escala. Uma das vacas chegou a gerar 40 bezerros em apenas dois anos.

“Com essa multiplicação nós ganhamos uns dez anos de seleção, armazenando no banco de semem, porque com as nossas melhores vacas e melhores touros reprodutores estão nascendo por exemplo dez animais filhos da mesma vaca e do mesmo touro, todos com a mesma genética”, explica Wandrick. Desse projeto a Emepa hoje tem 180 animais. Sem essa técnica nos últimos três anos teriam nascido apenas cerca de 35 bezerros e bezerras.

Com essa parceria, a Emepa aumentará sua capacidade de atuação em programas de inseminação artificial financiados pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e beneficiará produtores do Cariri e do Sertão da Paraíba.

Através de teste de DNA, foi verificado que as raças zebus da Emepa têm uma boa produtividade de leite e também um excelente grau de pureza, ou seja, genética semelhante aos rebanhos de origem indiana.

O convênio realizado entre as instituições possibilita que a Emepa seja detentora de 45% das crias oriundas da técnica de fertilização in vitro. Esta técnica permite que a vaca com mais de 14 anos de vida útil produtiva, que produziria cerca de 2 bezerros em mais 2 anos, atinja uma média de produção de 14 animais no período de 3 anos.

A multiplicação dessa genética possibilitou que o gado de boa qualidade gerasse animais superiores e em um prazo bem menor. A partir desse convênio, a Emepa disponibilizará a genética aos criadores. Na última semana, mais 77 animais chegaram à Paraíba para reforçar os trabalhos de melhoramento da Emepa.

Referência – Pioneira em programas de melhoramento genético de zebuíno leiteiro, a Paraíba se destaca como referência nacional. As pesquisas nessa área, desenvolvidas com a Embrapa Gado de Leite, estão sendo desenvolvidas nas Estações Experimentais de Alagoinha e Umbuzeiro. Atualmente, as Estações contam com mais de 700 animais das raças Sindi, Gir e Guzerá.

Em 2011, a seca diminuiu aproximadamente 30% do rebanho leiteiro do Estado da Paraíba. Porém, os investimentos feitos em melhoramento contribuirão para recompor o rebanho que foi perdido e permitirão o aumento da produção de leite.

De acordo com o pesquisador da Emepa, Ricardo Leite, o programa de melhoramento genético realizado pela Emepa e a Uniube foi prorrogado por dois anos. O convênio disponibilizará 600 doses de sêmen congeladas de cada touro das raças Gir e Guzerá. Esse banco genético possibilitará comercializar e conservar as linhagens com alto grau de pureza racial.



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