25 de maio – Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Tratamento precoce é fundamental para a qualidade de vida do paciente. Especialista explica que a progressão da doença pode ser melhor controlada em pacientes que recebem tratamento adequado desde o primeiro surto. Devemos iniciar o tratamento com medicamentos de primeira linha, que são os imunomoduladores injetáveis.

Nesta quarta-feira, 25, é comemorado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla. Nesta data devemos reforçar a importância do tratamento precoce da doença, isto é, logo que surge o primeiro surto de esclerose múltipla (EM). “O início do tratamento com o uso dos imunomoduladores logo após o primeiro surto da doença é uma tendência mundial”, afirma o Dr. Roberto M. Carneiro de Oliveira, médico neurologista que atua em São Paulo.

De acordo com o especialista, quando iniciado ainda na primeira crise, o tratamento permite um melhor controle da EM. “Tendo em vista que cerca de 76% dos pacientes que apresentam o primeiro surto terá novas crises ao longo da vida, tratar precocemente a EM permite melhor controle sobre a evolução da doença, com menos surtos e, quando esses surtos acontecem, vêm em menor intensidade”, explica o neurologista.

O tratamento precoce com o uso de imunomoduladores – como BETAFERON® (betainterferona 1b, da Bayer HealthCare Pharmaceuticals) está associado à melhora da função cognitiva em pacientes com até dois anos de diagnóstico da doença. O déficit cognitivo pode ser observado em até 70% dos pacientes com EM, sendo que o uso de imunomoduladores mostrou-se eficaz em diminuir a evolução de possíveis incapacidades.

O déficit cognitivo pode reduzir a independência do paciente na rotina diária, sendo que 2/3 das pessoas diagnosticadas com EM e que apresentam alteração cognitiva tiveram de modificar, reduzir ou parar de trabalhar.

“Os pacientes que não aderem a um tratamento adequado tendem a evoluir de forma mais rápida para um estágio degenerativo da EM, o que pode levar à perda da capacidade motora e prejuízo das funções cognitivas, entre outros problemas”, enfatiza Dr. Roberto M. Carneiro de Oliveira. O neurologista ainda ressalta que, embora estejam surgindo novas opções de medicamentos, devemos ficar atentos para que se respeitem as opções de tratamento adequadas à fase da doença.

Devemos iniciar o tratamento com medicamentos de primeira linha, que são os imunomoduladores injetáveis. “São esses medicamentos que garantem uma melhor evolução da EM”, destaca o especialista. O uso de medicamentos imunossupressores, orais ou injetáveis, deve ser reservado para aquelas situações onde não se obteve controle adequado da EM com os imunomoduladores.

Alerta – Uma coisa essencial e que todo paciente com EM deve saber é que todo surto deve ser tratado como uma emergência. Ao primeiro sinal de que vai se desencadear uma crise, é fundamental que busque ajuda médica nos centros de referência. Isso porque a evolução do surto é muito rápida e o paciente tem poucas horas para se submeter ao tratamento de emergência com a aplicação de altas doses de corticoides. “O tratamento de emergência  pode evitar lesões neurológicas sérias e irreversíveis. Entretanto, com os recursos avançados de diagnóstico por meio de ressonância magnética, se torna muito fácil detectar o início de um surto de EM e, assim, possibilitar o início do tratamento emergencial”, reforça Dr. Roberto M. Carneiro de Oliveira.

O que é a EM? – A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune do sistema nervoso central que pode provocar dificuldades motoras e sensitivas, além de comprometer a qualidade de vida dos pacientes. É um processo desencadeado pelo próprio sistema imunológico (por isso chama-se autoimune) e que destrói a mielina (desmielinizante), estrutura lipoprotéica que reveste o neurônio e é fundamental na transmissão dos impulsos nervosos, já que auxilia na condução das mensagens que controlam todos os movimentos conscientes e inconscientes do organismo.

As causas da EM ainda são desconhecidas, mas sabe-se que o desenvolvimento da doença difere de uma pessoa para outra, sendo mais comum nas mulheres do que nos homens. Segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, existem cerca de 2,5 milhões de pacientes em todo o mundo. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), são mais de 30 mil portadores, sendo que desse total apenas cinco mil recebem tratamento adequado devido à demora no diagnóstico.

Os sintomas mais comuns da doença são: fadiga, fraqueza muscular, parestesia (sensação tátil anormal, como formigamento), visão dupla, tremor, disfunção da bexiga e do intestino e dificuldade para falar. O paciente pode ainda apresentar apatia, desatenção, euforia, choro súbito, entre outros sintomas emocionais. Alguns desses sintomas são evidentes e outros sutis, daí a importância de se conhecer os sinais e buscar ajuda médica assim que eles surjam.



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