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Com avanço da Covid, Saúde suspende vacinas extras para estados mais afetados

Com o agravamento da pandemia da Covid-19 no país, Ministério da Saúde decidiu suspender a reserva de um “fundo estratégico” que separava 5% das vacinas previstas em cada etapa de distribuição para envio de doses extras a estados mais atingidos.

A medida era aplicada desde o fim de janeiro, quando a crise ocorrida no Amazonas, que registrou colapso na época por falta de oxigênio, levou governadores e a equipe do ministério a concordarem com a iniciativa.

O objetivo era que o envio dessas doses, previstas além da distribuição regular, ajudasse a acelerar a vacinação e a conter o avanço da Covid nesses locais.

Agora, a avaliação da Saúde é que, com a alta em diferentes estados de forma simultânea, não há mais como fazer essa reserva ou indicar estados para receber doses extras. Com isso, a distribuição volta a ocorrer apenas com base na proporção da população de cada local.

A decisão está no novo informe técnico divulgado pelo Ministério da Saúde, que trata da distribuição de 2,6 milhões de novas doses da Coronavac aos estados e municípios a partir desta terça (9).

No documento, a pasta lembra que ao menos cinco envios anteriores de doses de vacinas contaram com reserva de 5% –a maioria voltada para a região Norte.

Recentemente, no entanto, o escopo passou a ser ampliado. Informe anterior, por exemplo, previa a divisão do fundo estratégico entre dez estados do Norte, Sul e Nordeste.

“Os estados da região Norte, já beneficiados com esta ação, demonstram evolução na disponibilização de vacina aos grupos prioritários de idosos a partir de 60 anos de idade”, diz trecho do informe, que passa a comunicar a suspensão na sequência.

“A partir da sétima pauta, em virtude do cenário epidemiológico com ascensão de casos de Covid-19 em todas as unidades federadas do país, interrompeu-se a disponibilização do fundo estratégico (5%)”, informa ainda o documento.

Nos últimos dias, o país vem registrando recordes sucessivos no total de mortes diárias por Covid, e cresce o ritmo de internações nos estados, que já apontam colapso por falta de capacidade de atendimento. A situação tem elevado as críticas ao ministério pelo ritmo lento da vacinação, em meio a baixa oferta de imunizantes.

No documento desta terça, a pasta diz que “depende da real entrega dos quantitativos de doses pelos laboratórios fornecedores dos imunizantes” para concretizar a distribuição das doses previstas em cada etapa.

“Esses, por sua vez, trabalham com um cronograma sujeito a constantes alterações de acordo com a produção dos insumos, considerando que ainda não há um fluxo regular de produção da vacina.”

A afirmação ocorre em um momento em que a o ministério tem reduzido as previsões de entrega para o mês de março -de 46 milhões iniciais, a previsão agora é que haja oferta de 30 milhões.

Segundo a pasta, as novas 2,6 milhões de novas doses que iniciam essa distribuição devem ser destinadas a trabalhadores de saúde, idosos de 80 a 84 anos e parte daqueles de 75 a 79 anos.

Estados que já vacinavam idosos de outras faixas etárias, como o Amazonas, devem seguir a sequência de grupos do plano nacional de vacinação e continuar a reservar a segunda dose para os vacinados.

No documento, a pasta também afirma que, apesar de ser prevista como uma das medidas de controle, “não se pode considerar a vacinação como uma resposta imediata para contenção da circulação do vírus, sendo uma medida preventiva para redução da ocorrência de casos graves e óbitos a médio e longo prazo”.

Assinado pela área técnica do Programa Nacional de Imunizações, o documento alerta para medidas de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos.

FOLHAPRESS

Foto: © Shutterstock



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