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Como a investigação dos acidentes aéreos ajuda a salvar vidas

O registro recente de dois acidentes aéreos reforça a importância da investigação dos acidentes aeronáuticos e como isso ajuda a salvar vidas. No primeiro deles, um Embraer 190 caiu no México logo após a decolagem e 99 passageiros e 4 tripulantes sobreviveram. No outro, em São Paulo, o bimotor King Air C 90 caiu no Campo de Marte e uma pessoa morreu e seis ficaram feridas.

Shailon Ian, engenheiro aeronáutico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e presidente da Vinci Aeronáutica, lembra que a comunidade mundial adotou a iniciativa de se organizar para investigar e estudar as causas dos acidentes e incidentes desde o início da indústria aeronáutica. Com esses dados, divulgam-se as recomendações para evitar eventos similares no futuro. “A área é reconhecida por aprender com suas tragédias”, aponta o especialista.

No caso do México, a aeronave tem um projeto recente com muitas dessas recomendações já incorporadas. Assim não foi surpresa os sobreviventes após o evento. Segundo o engenheiro, muitos dos avanços visam aumentar as chances de sobrevivência exatamente em caso de acidentes na decolagem ou no pouso. “A grande maioria dos acidentes aéreos acontecem
nessas fases do voo, que são também as etapas onde os passageiros têm maior chance de sobreviver em função da baixa altura e relativa baixa velocidade da aeronave. Os engenheiros incorporam modificações que melhoram essas chances, como por exemplo a forma como as cadeiras ficam presas na aeronave, impedindo que elas se empilhem umas sobre as outras ferindo os ocupantes”, explica Shailon Ian.

No caso do acidente de São Paulo, o piloto sobrevoou a pista por duas vezes antes da terceira tentativa de aterrisagem. Na primeira, solicitou à torre para checar visualmente se o trem de pouso estava ativado. Antes da terceira tentativa, orientou a tripulação para os procedimentos de pouso de emergência. Para o presidente da Vinci, o piloto adotou os procedimentos corretos, que ajudaram a salvar os passageiros.

Na indústria aeronáutica, a investigação de acidentes e incidentes aéreos tem como único objetivo oferecer subsídios e recomendações para corrigir eventuais falhas e evitar a repetição de ocorrências similares no futuro. Entre as medidas adotadas pelas corporações do setor, está o Treinamento em Gerenciamento de Recursos de Equipes (da sigla inglesa CRM – Cockpit Resource Management). Com esse procedimento, os tripulantes de um helicóptero ou avião são treinados para trabalhar em conjunto diante dos casos de urgência e emergência. “A aplicação efetiva do treinamento CRM pelas companhias aéreas certamente tem contribuído para a redução de tragédias”, avalia Shailon Ian.

Os pilotos e copilotos também devem seguir regras de treinamento regulares por meio de simuladores de voo, que reproduzem situações de crise. “As companhias aéreas mantêm programas de avaliação periódica de suas operações e os treinamentos em simuladores reforçam os procedimentos determinados pela empresa e pelo fabricante da aeronave em cada fase do voo”, explica o engenheiro aeronáutico.

Sobre Shailon Ian
Shailon Ian formou-se como engenheiro aeroespacial do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) – a escola PREMIER no Brasil para o setor aeroespacial e aeronáutico – e serviu como tenente durante 5 anos na Força Aérea Brasileira (FAB), onde trabalhou na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e teve a oportunidade de atuar em mais de 200 auditorias de aeronaves e empresas em todo o mundo. Depois de deixar a organização, ele atendeu clientes na área privada, trabalhando com todas as marcas e modelos de aeronaves e helicópteros corporativos. Desde 2015 é presidente e fundador da Vinci Aeronáutica.

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