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É possível recuperar o sono perdido? A ciência responde

De acordo com estatísticas do Dia Mundial do Sono, reporta um artigo publicado na CNN, os problemas do sono constituem uma “epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de até 45% da população mundial”.

Ainda assim, muitos creem que é possível recuperar esse déficit de sono, dormindo bem durante uma noite ou duas noites, ou quem sabe durante uma semana inteira. E se lhe dissermos que afinal não é bem assim…

Um novo estudo revelou que mesmo para indivíduos mais jovens, o descanso não é algo que possa ser compensado de vez em quando.

O trabalho científico constatou, que treze pessoas na casa dos 20 anos que dormiram 30% menos do que o necessário, por 10 noites, não recuperaram totalmente a maior parte de seu processamento cognitivo após sete noites de sono irrestrito para se recuperar, explica o artigo publicado na CNN.

“Este é um estudo bem-feito, embora pequeno, com várias medidas para examinar o impacto da privação parcial do sono – examinando principalmente a duração do sono usando actigrafia de pulso, alterações no EEG e desempenho cognitivo”, compartilhou o médico Bhanu Prakash Kolla, especialista em medicina do sono no Centro de Medicina do Sono da Clínica Mayo em Rochester, no Minnesota, nos Estados Unidos.

Acrescentando: “os tempos de reação melhoraram ao longo de sete dias e voltaram aos níveis basais, enquanto outras tarefas cognitivas, incluindo a precisão, não se recuperaram completamente”.

“O que o estudo mostrou é que há coisas como memória e velocidade de processamento mental que não serão restauradas tão rapidamente”, complementou em declarações à CNN o médico especialista do sono Raj Dasgupta, professor assistente de medicina clínica na Keck School of Medicine da University of Southern California.

“Definitivamente, a maior parte da perda de sono pode ser recuperada, mas há coisas que você simplesmente não vai recuperar rapidamente”, disse Dasgupta.

“É por isso que é tão importante, em primeiro lugar, não ter dívidas de sono”.

A chave, segundo os especialistas, antes de mais nada, é evitar ficar sem dormir e repousar pelo menos sete horas por noite.

Estudos anteriores

Outros estudos já haviam constatado que a falta crônica de sono afeta a capacidade concentração, aprender coisas novas, ser criativo, resolver problemas e de tomar decisões.

Sendo que ficar acordado por apenas 18 horas pode prejudicar a capacidade de dirigir como se tivesse uma concentração de álcool no sangue de 0,05%, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Já 24 horas sem dormir equivale a 0,10% (bastante superior ao limite de condução legal dos EUA de 0,08%).

Entretanto, uma pesquisa realizada em 2017 determinou que adultos saudáveis ​​de meia-idade que dormiram mal por somente uma noite produziram excessivamente a proteína beta-amiloide, responsável pelas placas características da doença de Alzheimer – aquela que é a forma mais comum de demência.

Um estudo de junho deste ano concluiu também que adultos de idade mais avançada que sofrem de insónias e que experienciam despertares noturnos regulares têm um risco elevado de desenvolver demência ou de morrer prematuramente por qualquer causa.

O défice de sono está ainda ligado a um risco superior de desenvolver múltiplas doenças, menciona a CNN, como hipertensão, desempenho imunológico enfraquecido, obesidade, falta de libido, alterações de humor, paranoia, depressão e um risco maior de diabetes, AVC, doença cardiovascular, demência e alguns tipos de cancro.



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