Executivos apontam impostos e qualificação profissional como maiores obstáculos ao crescimento

executivoA elevada carga tributária e a falta de trabalhadores qualificados têm sido a principal queixa dos executivos brasileiros para ampliar o número de contratações de profissionais. É o que revela recente levantamento realizado pela Page Personnel, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência.

De acordo com o estudo Fatos e Expectativas Regionais 2013 da companhia, a maioria das empresas pretende contratar mais trabalhadores ao longo deste ano, mas apontam a falta de mão de obra qualificada e encargos tributários como maiores obstáculos a esse investimento.

A pesquisa foi realizada em dezembro de 2012 e janeiro de 2013 com 850 respondentes das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Participaram do levantamento analistas, coordenadores, gerentes, diretores e CEOs de diversas empresas e setores.

“Os executivos consultados apontam os impostos como um dos vilões para a contratação de novos trabalhadores. Outro ponto que encabeça a lista dos obstáculos é a falta de profissionais qualificados. A combinação desses dois elementos muitas vezes freia a abertura de novos postos de trabalho”, explica Gil Van Delft, diretor geral da Page Personnel.

O levantamento investigou junto a diferentes empresas das regiões Sul, Nordeste e Sudeste quais eram os principais obstáculos ao crescimento de cada região. No Sudeste, as maiores queixas apontadas foram encargos tributários (66,5%), falta de mão de obra qualificada (41,1%) e baixa produtividade dos trabalhadores (24,4%). Na região Sul, os fatores listados aparecem na mesma ordem do verificado no Sudeste, exceto para os percentuais: 58,6%, 53,4% e 27,6%, respectivamente. Já no Nordeste, a falta de mão de obra qualificada é o principal entrave ao crescimento (66,7%), seguido de baixa produtividade (45,8%) e impostos (41,7%).

O estudo também procurou saber dos executivos quais eram as principais carências apresentadas pelos profissionais da região onde atuam.  Os representantes consultados no Nordeste apontaram a falta de conhecimento técnico (70,8%), proatividade (37,5%) e comunicação/postura (33,3%) como maiores deficiências técnicas e comportamentais dos trabalhadores daquela área. No Sudeste, foram listadas como déficits profissionais a ausência de conhecimento técnico (48,3%), proatividade (42,6%) e visão estratégica (37,8%) como grandes desafios a serem superados pelos trabalhadores desse território. No caso do Sul, os representantes das indústrias indicaram o conhecimento técnico (43,1%), visão estratégica (37,9%), proatividade e domínio de um segundo idioma (31%) entre as principais deficiências dos trabalhadores da região.

“Apesar dos obstáculos ao crescimento, ainda há espaço para novas contratações. Muitas empresas têm se queixado constantemente da falta de mão de obra adequada no Brasil. Há uma dissonância entre o que o mercado espera tecnicamente desses trabalhadores e o que a grande maioria deles tem a oferecer”, analisa Gil.

Em todas as regiões pesquisadas, a maioria dos executivos mostrou-se otimista em relação à expansão das operações e ao aumento do quadro de funcionários. Quando questionados sobre a possibilidade de expandir as operações em 2013, o maior índice foi verificado no Nordeste (96%), seguido pelo Sudeste (87%) e Sul (86%). Para o aumento do quadro de funcionários, a maior expectativa foi encontrada no Nordeste (79%) junto com Sudeste e Sul, ambos com 71%.

O levantamento conseguiu captar quais áreas receberiam mais investimentos em contratações em 2013. Aparece no topo das preferências a área de Operações em todas as regiões pesquisadas, diferenciando-se apenas pelos percentuais: Sudeste (61,7%), Nordeste (57,9%) e Sul (56,1%).

No Nordeste, as outras áreas apontadas para receber aportes em novos postos de trabalho foram Tecnologia (42,1%), Vendas (31,6%) e Logística e Finanças (15,8%). Na região Sudeste aparem os setores de Vendas (37,6%), Tecnologia (21,5%) e Finanças (16,8%). E no Sul figuram as áreas de Vendas (39%), Tecnologia (26,8%) e Finanças (14,6%).

Profissionais querem melhores salários e mais benefícios

A pesquisa da Page Personnel também procurou conhecer as prioridades dos candidatos quando procuram uma oportunidade de emprego.

No Sul, as chances de crescimento profissional são a primeira opção da lista (80,4%), acompanhada de salário (73,9%) e ambiente de trabalho (56,5%). Na região Nordeste, aparece no primeiro lugar o ambiente de trabalho (73,9%), seguido por salário (56,5%) e chances de crescimento (52,2%). No caso do Sudeste, a primeira opção dos trabalhadores é a chance de crescimento (74,7%), acompanhada de salário (73,9%) e ambiente de trabalho (65,5%).

Na hora de procurar um emprego, os profissionais indicaram os principais problemas das vagas ofertadas no mercado. Em todas as regiões levantadas, a maioria dos candidatos apontou baixos salários e falta de plano de carreira como as maiores problemáticas das ofertas de emprego.

Para os trabalhadores da região Sul, encabeçaram as reclamações  os baixos salários (56,5%), falta de plano de carreira (43,5%) e benefícios inadequados (28,3%). No Nordeste, liderança para baixos salários (65,2%) juntamente com falta de plano de carreira (52,2%) e benefícios inadequados (39,1%). No Sudeste, aparecem baixos salários (52,6%), falta de plano de carreira (51,5%) e ausência de treinamento (29,4%).

Os candidatos fizeram uma autoavaliação de suas principais qualidades profissionais e se as consideram adequadas às necessidades do mercado. Os trabalhadores da região Sudeste foram os mais críticos em relação a esse fator e apenas 41.5% afirmam que são qualificados e se enquadram às exigências de mercado para sua atual função. Os profissionais da região Sul, questionados sobre este mesmo tema, somaram 67,4% de respostas positivas e do Nordeste, 69,6%.

Já os que não se enquadram ao que as empresas exigem lideram os do Sudeste com 57,7%, seguidos pelos do Sul  (32,6%) e Nordeste (30,4%).

“Os candidatos estão de olho nas oportunidades que ofereçam melhores salários e um plano de carreira adequado. Eles buscam empresas que ofereçam, além de uma boa remuneração, oportunidade de crescimento e ambiente de trabalho. As empresas precisam ficar atentas a essas reivindicações para melhorarem a política de atração e retenção de talentos”,

“Importante ressaltar também que mesmo com os gaps apresentados pelas empresas em relação aos profissionais das diferentes regiões, a maiora dos candidatos acredita que está preparada para exercer suas funções dentro de todas as exigências do mercado. Isto torna o abismo entre o candidato perfeito e o candidato disponível ainda maior e os processos seletivos cada vez mais difíceis”, conclui Gil.

A Page Personnel foi fundada há 17 anos como empresa do Grupo Michael Page responsável pelo recrutamento de profissionais técnicos e de suporte à gestão. Possui quatro escritórios no Brasil e responde por 30% do resultado do Grupo no país, com as unidades Page Personnel, Page PCD (Pessoas com deficiência), Page Talent (Estágios e Trainees) e Page Personnel Interim (Temporários e Terceiros)



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