Saúde

Nova técnica que utiliza componente do sangue pode acelerar a recuperação de lesões ortopédicas

Todos sabem que o sangue é fundamental para a manutenção da vida. A novidade é que ele também pode ser utilizado para acelerar a recuperação de lesões ortopédicas, como distensões musculares e lesões de ligamentos. Estudos preliminares mostraram que a injeção local de plasma rico em plaquetas (PRP), ou seja, um componente extraído do sangue do próprio paciente, oferece esse benefício por conter substâncias que ajudam a regenerar os tecidos.

Um dos estudos realizados com o PRP é a tese apresentada na USP pelo ortopedista Adriano Marques de Almeida para obtenção de mestrado, em 2011, com o título “Efeito do plasma rico em plaquetas na regeneração do terço médio do ligamento patelar”, que conclui que a utilização do PRP promove a diminuição da intensidade da dor e determinou a maior regeneração do defeito.

“Entre os problemas que podem ser tratados com o PRP, estão distensões musculares, lesões de ligamentos, tendinites e inflamações nas partes moles (músculos, ligamentos, tendões e tecido subcutâneo). Apenas um médico especializado poderá avaliar a eficácia do procedimento no tratamento da lesão”, explica o ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Carlos Górios.

De acordo com o especialista, o tratamento com plasma rico em plaquetas é feito da seguinte forma: “Retira-se uma pequena amostra de sangue, depois este material é colocado em uma centrífuga para a separação das plaquetas que serão injetadas no local da lesão, utilizando ou não um equipamento de ultrassom para verificar melhor o local da aplicação. O procedimento pode ser realizado em ambulatório, não havendo necessidade de hospitalização”.

Em bora a técnica possa ser utilizada por atletas e não-atletas, os profissionais do esporte têm mais interesse pelo tratamento com PRP por permitir o retorno antecipado à prática da atividade. “O procedimento precisa de muitos estudos ainda para ser consolidado na sua utilização, mas complicações são, praticamente, inexistentes, pois o tratamento é realizado com o sangue do próprio paciente. Porém, algumas lesões mais graves, típicas de esportistas, como lesão no ligamento cruzado anterior (joelho) e distensão muscular de grau 3, com total ruptura das fibras musculares, precisam de cirurgia para correção”, alerta.

Segundo Górios, nos casos mais graves, como lesões ligamentares do joelho, o processo de recuperação pode ser acelerado ao corrigir a lesão via artroscopia, por exemplo. “Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que consiste em introduzir uma câmera e equipamentos cirúrgicos por pe quenos cortes para a correção de lesões dentro da articulação. Por não precisar de uma grande incisão, a artroscopia preserva as estruturas ao redor da área lesionada e contribui para uma recuperação mais rápida. Nesses casos, a injeção de PRP pode ser recomendada pelo especialista como um adjuvante no tratamento”, revela.

* Carlos Górios é ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.



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