Cotidiano

O direito à manifestação vem sendo colocado como algo lúdico * Por Ana Luiza Couto

foto google
foto google

Estamos a quase um mês de completar 50 anos do golpe militar, que aconteceu em 31 de março de 1964, num período de ditadura que foi marcado pela cassação de direitos civis, censura à imprensa, repressão violenta das manifestações populares, assassinatos e torturas. Vivemos hoje em um regime democrático regido pela Constituição Federal de 88 que surgiu com uma expiação, um exorcismo a um  contexto restrito de Direitos Fundamentais do período anterior.

Ela abriga uma série de direitos fundamentais, conquistas da sociedade, além de garantir um conjunto de instrumentos jurídicos para defesas de direitos. Trata-se do meio pela qual a sociedade civil tem condições de exercitar os seus direitos, dentre eles, o de manifestação, previsto no artigo 5º inciso XVI da vigente Constituição, afirmando que todos têm direito à reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização.

O que se nota é que a sociedade brasileira apresenta uma pauta de demandas de natureza diversa que, a partir de julho do ano passado, credenciou as multidões a militar em favor da concretização dos direitos sociais fundamentais. Parece-nos que essa vontade de exigir estava represada e, com a ajuda das redes sociais, acabou por por explodir nas ruas. Acreditamos que essa garotada ficou por muito tempo sem uma bandeira de luta. E uma leitura das manifestações poderia sugerir, dentre outras,  a situação de uma criança brincando com uma arma. Daí, então, achar que os manifestantes podem tudo como, por exemplo, fechar a Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, a qualquer hora e sempre que desejarem. O ponto está no fato de que a sua liberdade de querer se reunir bate com a minha de ir e vir. Infelizmente, o direito à manifestação vem sendo colocado como algo lúdico, uma espécie de brincadeira.

Se, de um lado temos muito a comemorar porque a democracia nos reintroduziu ao contexto de liberdade, por outro, estamos sofrendo com os excessos que podem acabar legitimando as práticas repressivas das autoridades públicas. Excessos esses que culminaram com a morte do cinegrafista da Bandeirantes que estava trabalhando no local de uma manifestação. É mais do que urgente a necessidade de se buscar uma medida certa para exposição das demandas sociais e as exacerbações tanto de parte dos manifestantes, quanto das autoridades publicas não devem induzir a um campo de guerra. Tais exageros criam um clima de medo. Neste momento, é preciso estabelecer um quadro de processamento de demandas sociais seja por parte do governo, dos manifestantes e da sociedade como um todo.

* Ana Luiza Couto é professora de Direito Constitucional da Faculdade Mackenzie Rio

Sobre o Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está entre as 100 melhores instituições de ensino da América Latina, segunda a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

Informações para a imprensa:             

Assessoria de imprensa: Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação

Alvaro Bufarah; alvaro.bufarah@viveiros.com.br; 11 2766-7048 / 9 8169-9912

Jéssica Almassi; jessica.almassi@viveiros.com.br; 11 2114-8016 / 9 8169-9912

William Prado; william.prado@viveiros.com.br;  11  2114-8016

Rodrigo Freitas; rodrigo.freitas@viveiros.com.br; 11 2114-8576

Bianca Antunes; bianca.antunes@viveiros.com.br

Twitter: @RVComunicacao

Facebook: Ricardo Viveiros Oficina de Comunicação

Site: www.viveiros.com.br                                 

Roberta Freitas

Estagiária

 

Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação
Fone/Fax: 21 3218-2079

Site:  www.viveiros.com.br
Editoria:  www.biografiaempresarial.com.br
Twitter:  www.twitter.com/RVComunicacao



Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo