Artigo

O medo da segurança

A preocupação por um melhor uso da Internet tem ganhado espaço nos últimos anos, e não é para menos, a cada dia, aumenta o número de casos onde a utilização incorreta das ferramentas tecnológicas (algumas vezes gerada pela própria insegurança oferecida pela rede) resulta em volumosas perdas, não somente financeiras, mas também que atinge de forma direta a vida emocional, social (ameaças de morte ou assassinatos) e até mesmo espiritual dos usuários.

Com a ajuda da mídia, os dados vêm sendo divulgados (ainda que de forma tímida) em diversos países, claro, países onde o bem estar e a segurança das pessoas ainda são vistos como prioridade, onde mesmo colocando em risco os interesses comerciais das grandes potências – que controlam o bilionário e lucrativo universo das ponto.com´s – não deixam de frisar a importância de regular e melhorar o uso das informações feitas por usuários dos diversos serviços e ócios oferecidos pela internet.

A divulgação desses fatos (perda de dados confidenciais, abusos sexuais, pessoas cada vez mais viciadas em jogos on-line e redes sociais…) contribuiu para que dessa vez, 106 países participassem do Dia Mundial da Internet Segura, segundo matéria divulgada pelo site da Revista Info. 1

Durante a celebração de sua 11° edição, Google, Twitter e outros gigantes da tecnologia (que controlam volumes estratosféricos de informações digitais) voltaram a causar impacto, ao revelar que principalmente nos países da América Latina – incluindo o Brasil – há um grave problema relacionado à perda de dados na rede.

Especialmente para a data em comemoração, algumas dessas empresas, apresentaram páginas criadas especialmente para divulgar as medidas relevantes que estão sendo tomadas, na tentativa de que vivamos não somente um Dia Mundial da Internet Segura, mas todos os dias de nossas conexões possam ser livres dos perigos virtuais.

Em minha opinião, muito mais grave que perder os dados/informações – à causa da insegurança que ainda existe na internet – são os problemas que envolvem a diminuição ou perda do convívio social por parte dos internautas, que estão cada vez mais embaraçados nas teias de uma rede, que ao parecer está cada vez mais insegura, de acordo com os próprios dados apresentados durante o SID – 2014 (Sigla em inglês para o Safer Internet Day).

Apresentei no meu livro – Idolatria Virtual – o resultado de uma pesquisa feita pela Universidade –Case Western Reserve, em Ohio, onde publicaram em uma das edições do American Public Health Association (uma das associações de saúde mais prestigiadas da America), os perigos que envolvem o uso excessivo dos SMS e das redes sociais, principalmente entre crianças e adolescentes. 2

Nessa mesma pesquisa, foram apresentados dados interessantíssimos sobre os sérios problemas causados pelo uso hiperbólico das redes sociais, até então desconhecido ou escondidos para muitos. No Brasil, eles (os dados da pesquisa) chegaram a ser considerados (por alguns especialistas em problemas psicológicos) como resultados “pouco conclusivos”.

No entanto, redes seguirão sendo lançadas e pessoas de todas as idades continuarão sendo arrastadas, até chegarem próximas ás duvidosas águas de um porto virtualmente inseguro, onde lançarão as âncoras de suas emoções, em busca de atracar o barco de suas carências, motivados por um enorme desejo de diversão, ignorarão os perigos existentes dentro do oceano de suas conexões, permitindo assim que o “uso” se transforme em um verdadeiro “abuso” da liberdade existente antes da chegada do domínio e do acesso ao fascínio pelas redes.

A única forma de não sermos dominados pelo medo dessa insegurança (virtualmente proposta), é crendo que todas as recomendações feitas para o uso seguro da internet, continuem sendo divulgadas e propagadas pelos comitês participantes, até chegarem ao conhecimento dos pais e educadores das nossas crianças, adolescentes e jovens (que no caso do uso exagerado da internet, o problema pode aparecer em qualquer idade).

No caso especifico dos pais, a recomendação que faço, é que não deixem de participar da vida digital de seus filhos, cuidando as atividades feitas de forma virtual por eles, orientando-os de forma presencial, a que não sejam atraídos de forma viciosa no uso das ferramentas tecnológicas.

Que a “inclusão” não se torne em uma “escravidão” digital.

“… pois o homem é escravo daquilo que o domina.”

2 Pedro 2:19 (NVI)

Em Cristo,

Rodrigo Faria

1                   http://info.abril.com.br/noticias/seguranca/2014/02/no-dia-mundial-da-internet-segura-metodos-de-protecao-de-contas-ainda-sao-pouco-conhecidos-na-americ.shtml. Pesquisado em 12/02/2014.

2                   http://www.apha.org/about/news/pressreleases/2010/hypertexting.htm

Sobre o autor: Rodrigo Faria é pastor evangélico da Igreja Assembleia de Deus de Franca – SP. Vive, atualmente, com a esposa e o filho no México, onde é Professor nas escola de líderes, orientador e conselheiro de jovens. Além de escrever, trabalha como Vice Diretor em uma empresa do ramo químico na cidade de León, no México.



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