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Precisamos abordar as diferenças no consumo de cultura nas metrópoles brasileiras – Por Gislayne Araripe

 

O Brasil é repleto de metrópoles consideradas centros pulsantes de diversidade cultural. Em um país de dimensões continentais como este, a cultura não poderia ser uniforme de norte a sul e leste a oeste. Cada região possui características únicas que moldam o consumo de maneiras distintas, contribuindo para a geração de um panorama rico de expressões artísticas e manifestações culturais. 

Segundo dados do Observatório Itaú Cultural, a economia criativa registrou um aumento de 78% em números absolutos. O setor, inclusive, propiciou a geração de 7,4 milhões de empregos formais e informais no Brasil no último trimestre de 2022. Diante disso, torna-se evidente que a cultura desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social do país. Esse crescimento representa uma expressão empolgante e vibrante da criatividade brasileira, traduzindo-se, ainda, em oportunidades de emprego para milhões de brasileiros. 

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, os teatros de renome internacional se destacam, atraindo produções teatrais e musicais de grandes proporções. São Paulo é reconhecida pela Avenida Paulista, onde se concentram diversas opções culturais, desde teatros até espaços alternativos. Já o Rio de Janeiro, com o icônico Teatro Municipal, oferece uma experiência cultural única. 

Por outro lado, cidades como Belo Horizonte e Salvador sobressaem-se pela valorização de produções locais, promovendo artistas regionais e criando uma identidade cultural própria. Nesse sentido, não podemos deixar de mencionar a Virada Cultural em ambas as capitais. 

Quando se trata de música, a diversidade nessas metrópoles reflete a riqueza cultural do país, que tem em suas raízes desde o axé e o samba até o renomado rock nacional. Enquanto o Rio de Janeiro é berço do samba e da bossa nova, Salvador é o epicentro do axé e do ritmo afro-brasileiro. 

São Paulo e Porto Alegre, como centros cosmopolitas, acolhem uma ampla gama de estilos musicais, desde a música eletrônica até o rock alternativo. Já Fortaleza, com suas influências nordestinas, oferece uma cena musical vibrante, enquanto Brasília, como capital federal, absorve diferentes manifestações culturais de todo o país. 

Ainda no âmbito musical, os eventos culturais e festivais são essenciais para promover a cultura no país. São Paulo recentemente sediou a primeira edição de um grande festival de música no Autódromo de Interlagos, evento fundado e promovido pelo mesmo grupo responsável por um grande festival tradicional no Rio de Janeiro, que inclusive já ganhou edições mundo afora. Falando nessas cidades, a primeira é sede da Mostra Internacional de Cinema, e a segunda se destaca pelo Carnaval, assim como Salvador, vale ressaltar. 

Quando falamos de artes visuais, as cidades brasileiras apresentam uma riqueza inigualável. A capital paulista abriga a Pinacoteca do Estado e o MASP, enquanto o Rio de Janeiro conta com o tradicional Museu Nacional de Belas Artes. Belo Horizonte, com o Circuito Cultural Praça da Liberdade, e Salvador, com o Pelourinho, são polos que mesclam história e arte. Em contrapartida, Fortaleza, com o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, e Porto Alegre, com o MARGS, oferecem um olhar contemporâneo e regional sobre as artes visuais. 

Após uma profusão de diversidade, percebe-se que a grandiosidade do povo brasileiro no consumo de arte e cultura, sobretudo nessas principais metrópoles do país. Cada cidade dessas contribui de maneira única para o cenário cultural brasileiro, enriquecendo a identidade nacional com suas inúmeras peculiaridades. 

Sem dúvida, o desafio para o futuro é promover políticas culturais inclusivas para garantir que a riqueza cultural das metrópoles alcance todas as camadas da sociedade, conectando as pessoas por meio da expressão artística e cultural, que é fundamental. 



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