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Um novo conceito de nutrirrigação na região nordeste do Brasil – Por Daniel Pedroso

Atualmente a região do nordeste brasileiro conta com mais de 931 mil hectares de cana-de-açúcar, sendo que destes, aproximadamente 80% são irrigados pelos mais variados métodos encontrados no mercado.

Dentre os métodos utilizados, a irrigação localizada por gotejamento vem se destacando, não somente pelo aumento expressivo de produtividade que alcança, mas também pela possibilidade de se fazer a nutrição das plantas através de um novo conceito, a nutrirrigação.

A nutrirrigação pode ser caracterizada por uma metodologia de nutrição em que se disponibiliza o nutriente que a planta necessita em seu momento fisiológico correto, junto com a água da irrigação.

No entanto, a zona canavieira nordestina está concentrada na região denominada Zona da Mata, onde as características edafoclimáticas são caracterizadas por altos volumes pluviométricos concentrados entre os meses de maio a agosto, sendo o pico das chuvas entre os meses de junho a julho, podendo alcançar acúmulos de 500 mm por mês e solos de textura arenosas, com baixa capacidade de troca catiônica (CTC)  e baixa capacidade de água disponível (CAD). Além disso, as áreas de gotejamento são colhidas em final de safra, que vai de fevereiro a março, ou seja, muito próximo ao início do período chuvoso.

Devido a essas características, a adubação dessas áreas sempre foi um desafio para os técnicos e agrônomos das usinas da região, pois os índices de lixiviação, ou seja, a retirada dos nutrientes da zona de ação do sistema radicular, são altos.

Para suprir esse desafio, comumente as usinas realizam um pacote nutricional misto, ou seja, 50-60% da necessidade nutricional da planta aplicado mecanicamente antes do início das chuvas (em março) e o seu complemento via fertirrigação após o período chuvoso (agosto).

No entanto, nunca houve nenhum trabalho científico que comprovasse que esse pacote nutricional era mesmo o ideal. Com o intuito de conhecer o melhor manejo nutricional para a cana-de-açúcar, através do sistema de irrigação por gotejamento, a Netafim em parceria com a Usina Japungu e a Universidade Federal Rural de Pernambuco, desenvolveu um experimento para estudar o melhor manejo nutricional para canaviais irrigados por gotejamento.

Após 5 anos de dados colhidos, podemos concluir que o melhor parcelamento da adubação, com o uso da nutrirrigação no período chuvoso, aumentou a produtividade em 30 ton/ha, quando relacionada a testemunha (mix de adubação mineral / fertirrigação), e que a maior concentração nutricional aplicada após o período chuvoso, ou seja, no retorno do crescimento da cultura, levou aos melhores resultados.

Com a existência desses dados podemos relatar que o manejo nutricional utilizado na região nordeste pode ser atualizado para uma nova tecnologia que possibilita aumento dos rendimentos agrícolas já encontrados e a Netafim, está à disposição para ofertar sempre as melhores soluções para a região.



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