Irã condena à morte mais três manifestantes contra o regime
A Justiça do Irã condenou à morte nesta segunda-feira (9) mais três pessoas acusadas de “travarem uma guerra contra Deus” e que teriam cometido crimes em protestos desencadeados pela morte da jovem curda Mahsa Amini, no ano passado. As sentenças provocaram reação diplomática de países como Alemanha, EUA e França, que criticaram as execuções e convocaram embaixadores.
Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeid Yaghoub foram condenados à forca nesta segunda por supostamente estarem envolvidos na morte de integrantes da Basij, a milícia ligada à Guarda Revolucionária do Irã, na cidade de Isfahan, no centro do país.
No mesmo processo, outras duas pessoas foram condenadas à prisão. Entre elas está o jogador de futebol Amir Nasr-Azadani, 26, que atuava em um time local. Todas as sentenças anunciadas nesta segunda podem ser objeto de recurso perante o Supremo Tribunal, segundo a Mizan Online, a agência de notícias do Poder Judiciário do Irã.
As execuções no Irã voltaram a provocar repúdio internacional, e grupos de direitos humanos pedem que o Irã seja pressionado para evitar novas execuções. Em resposta às condenações, a Alemanha convocou o embaixador iraniano em Berlim. Segundo a ministra das Relações Exteriores do país, Annalena Baerbock, o ato pretende deixar claro que a “repressão brutal e a opressão, assim como as últimas execuções no país, não vão ficar impunes”.
“Um regime que mata sua própria juventude para intimidar a população não tem futuro”, disse Baerboc.
A Casa Branca e a França também voltaram a pedir o fim das execuções. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores francês disse que as sentenças “se somam a muitas outras violações graves e inaceitáveis dos direitos e das liberdades fundamentais cometidas pelas autoridades iranianas” e não podem ser uma resposta às “aspirações legítimas de liberdade do povo iraniano”.
O papa Francisco também pediu o fim da pena capital. “O direito à vida também está ameaçado naqueles lugares onde a pena de morte continua sendo imposta, como é o caso do Irã, após as recentes manifestações exigindo maior respeito pela dignidade das mulheres”, disse o pontífice.