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Irã condena à morte mais três manifestantes contra o regime

 

A Justiça do Irã condenou à morte nesta segunda-feira (9) mais três pessoas acusadas de “travarem uma guerra contra Deus” e que teriam cometido crimes em protestos desencadeados pela morte da jovem curda Mahsa Amini, no ano passado. As sentenças provocaram reação diplomática de países como Alemanha, EUA e França, que criticaram as execuções e convocaram embaixadores.

 

Analistas avaliam que as sentenças são parte de esforço despedido pelo regime para coibir novas manifestações, que arrefeceram nos últimos meses. No total, quatro pessoas foram executadas em processos relacionados à onda de protestos -outras 17 foram sentenciadas à morte.

Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeid Yaghoub foram condenados à forca nesta segunda por supostamente estarem envolvidos na morte de integrantes da Basij, a milícia ligada à Guarda Revolucionária do Irã, na cidade de Isfahan, no centro do país.

No mesmo processo, outras duas pessoas foram condenadas à prisão. Entre elas está o jogador de futebol Amir Nasr-Azadani, 26, que atuava em um time local. Todas as sentenças anunciadas nesta segunda podem ser objeto de recurso perante o Supremo Tribunal, segundo a Mizan Online, a agência de notícias do Poder Judiciário do Irã.

As execuções no Irã voltaram a provocar repúdio internacional, e grupos de direitos humanos pedem que o Irã seja pressionado para evitar novas execuções. Em resposta às condenações, a Alemanha convocou o embaixador iraniano em Berlim. Segundo a ministra das Relações Exteriores do país, Annalena Baerbock, o ato pretende deixar claro que a “repressão brutal e a opressão, assim como as últimas execuções no país, não vão ficar impunes”.

“Um regime que mata sua própria juventude para intimidar a população não tem futuro”, disse Baerboc.

A Casa Branca e a França também voltaram a pedir o fim das execuções. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores francês disse que as sentenças “se somam a muitas outras violações graves e inaceitáveis dos direitos e das liberdades fundamentais cometidas pelas autoridades iranianas” e não podem ser uma resposta às “aspirações legítimas de liberdade do povo iraniano”.

O papa Francisco também pediu o fim da pena capital. “O direito à vida também está ameaçado naqueles lugares onde a pena de morte continua sendo imposta, como é o caso do Irã, após as recentes manifestações exigindo maior respeito pela dignidade das mulheres”, disse o pontífice.

FOLHAPRESS
Foto: © Shutterstock


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