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Passageiros do submarino notaram falha 1 min antes de implosão, diz especialista

 

Um especialista espanhol usou as informações públicas sobre a implosão do Titan, submarino que levava turistas para ver os destroços do Titanic, para reconstruir o que pode ter acontecido no dia 28 de junho, domingo em que o veículo desapareceu 105 minutos depois de começar a descida, na costa nordeste do Canadá.

Sem a propulsão que o mantinha na posição correta, o submarino pendeu na direção em que a tripulação estava e caiu verticalmente, “como uma pedra”, no oceano durante 48 a 71 segundos. Nessas circunstâncias, o piloto não teria conseguido acionar a alavanca de segurança -que, segundo o engenheiro, não era adequada. O relatório foi produzido a pedido da revista espanhola Nius.

Foram 900 metros de queda que sujeitaram o veículo a um aumento súbito de pressão. “O casco sofreu uma contração instantânea que não foi acompanhada pelo material da janela, que era de outra natureza, e ao não haver semelhança de deformação, se produziu uma microfissura que permitiu a entrada de água a tal pressão que gerou uma implosão instantânea”, disse Martín à publicação.

A OceanGate, empresa que criou o submarino e operava a expedição para ver os destroços do navio que afundou em 1912, foi alertada sobre a insegurança de seu maquinário, mas discordou das críticas. Por se tratar de uma inovação, justificou a companhia, o empreendimento não atenderia aos padrões atuais de certificação.

O presidente da empresa, Stockton Rush, estava a bordo do veículo que sofreu uma “implosão catastrófica”, segundo a Guarda Costeira dos EUA, matando ele e outros quatro passageiros. As outras vítimas são o bilionário britânico Hamish Harding, 58, presidente-executivo da empresa Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman Dawood, 19, e o francês Paul-Henri Nargeolet, 77, mergulhador especialista no Titanic.

O submersível Titan era dirigido por um controle semelhante ao de videogames, e seu interior era apertado e simples. Rush chegou a dizer à emissora americana CBS que o veículo não exigia muita habilidade para condução. O submersível tinha apenas um botão, que mudava de vermelho para verde quando era acionado, e vice-versa.

O desaparecimento desencadeou uma operação de resgate que contou com veículos, equipamentos e pessoal de diversos países, levando à repercussão em todos os principais veículos de imprensa do mundo. Os destroços foram encontrados no dia 22 de junho, quatro dias depois do desaparecimento.

A Guarda Costeira americana abriu uma investigação sobre o caso, assim como a canadense.

 

FOLHAPRESS

Foto:© Getty



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