Educação

ICMC celebra 3000 defesas em cinquenta anos

 

Em um ambiente onde os números fazem parte do cotidiano, o número 3000 poderia ser apenas mais um deles. É, no entanto, outro marco que o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da USP em São Carlos, atinge no seu cinquentenário. Estamos falando da quantidade de dissertações e teses defendidas no período, que foi celebrada simbolicamente no dia em que o aluno André Bannwart Perina, orientado pelo professor Vanderlei Bonato, fez sua defesa.

Graduado pelo ICMC em Ciências de Computação, André conta que descobriu sua vocação para a carreira acadêmica em 2012, quando começou os primeiros projetos de iniciação científica e resolveu dedicar-se à área que o tornou doutor em Ciências da Computação e Matemática Computacional. Sua tese é sobre o desenvolvimento de ferramentas de mapeamento em alto-nível para arquiteturas heterogêneas com FPGAs. “Antes da graduação, eu não pretendia seguir por este caminho por desconhecer ainda como o mundo acadêmico funcionava. Após o primeiro ano, já estava em contato com orientadores e buscava projetos de pesquisa nessa área até chegar ao doutorado. Fui seguindo o caminho das pedras acadêmico, pois me pareceu durante todo esse tempo ser o caminho que mais se encaixava comigo. Eu gosto de observar, transmitir e absorver o conhecimento e eu acho que a ciência é um bom lugar para quem gosta de mexer com o conhecimento”, disse André, que tem a intenção de seguir na carreira acadêmica. “Ser cientista no Brasil é uma luta e o que me move é a vontade de lecionar. Nos faz bem quando fazemos algo bom para a sociedade e eu acho que esta tarefa de transmitir o conhecimento – seja lecionando ou produzindo conteúdo científico para outras pessoas, me dá esse sentimento de estar dando uma contribuição positiva para a sociedade de algum modo”.

Os longos anos que distanciam a tese de André da primeira dissertação defendida no ICMC, em 1970, ainda carregam essa força de vontade de colocar a ciência acima de todos os obstáculos que a carreira acadêmica demanda. Foi assim com o atual professor emérito do Instituto, Hildebrando Munhoz Rodrigues, que relembrou com a gente como tudo começou. “No início dos anos 70, junto com o nascimento do ICMC, começou a ser implantado um novo sistema de pós-graduação na USP e a convite do meu orientador na época, resolvi participar desse novo processo que passou a ser mais criterioso na seleção dos alunos, algo que antes não havia”, disse.

A dissertação datilografada com o tema “Invariância para Sistemas não Autônomos de Equações Diferenciais com Retardamento e Aplicações” tem lugar de destaque na sala. E logo após o mestrado, veio o doutorado nessa mesma área. “ Nunca trabalhei em nada que não tivesse aplicação prática, os modelos de retardamento eram um dos primeiros trabalhos no Brasil e que só foram aprimorados nos anos seguintes, sendo aplicados nos dias de hoje, por exemplo, no controle da pandemia de Covid-19”, disse. “ Na época, nós cuidamos também da criação do programa para que os mestres tivessem formação ampla e os doutores saíssem com especialização e produzissem resultados inéditos, exigência que segue até agora”.

Confraternização de ex-alunos

Uma comissão foi criada para organizar, ainda neste ano do cinquentenário do ICMC, um evento de confraternização entre ex-alunos dos cursos de pós-graduação e orientadores. “ A ideia desse evento é celebrar os 50 anos e também essa marca de 3000 defesas, tentando agregar o máximo desses egressos para que eles possam se reencontrar, rever o instituto e ver como estamos agora. Iremos inaugurar uma placa comemorativa com os nomes de todos esses três mil ex-alunos”, disse Adenilso.

Assessoria de Comunicação 

Foto: Fernando Mazzola

 



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