Paraíba

‘Programa de Índio” realiza performances musicais abertas ao público nesta quarta

Durante toda a manhã desta quarta-feira (28), o hall de entrada e as escadarias do Centro Estadual de Artes (Cearte) serviram como uma espécie de palco informal para performances de solistas, instrumentistas e coralistas. O ‘Programa de Índio’, que ocorre mensalmente, segue até às 22h com uma programação que inclui outras expressões artísticas a exemplo de teatro, artes visuais e dança. O projeto reúne em um mesmo espaço alunos e convidados de diferentes comunidades. Essa interação faz com que o público descubra o acesso ao ensino gratuito da arte.

A diretora do Cearte, Laura Moreno, destacou que além da interação com a comunidade, que passa a conhecer melhor as atividades desenvolvidas no local, há ainda a troca de conhecimento entre os alunos da escola. “Por meio desse projeto, estamos fazendo uma interação cultural. Assim, quem vem para uma aula tem contato com outras linguagens para ver que a oportunidade oferecida aqui é imensa”, disse. “Com o Programa de Índio, também incentivamos o acesso de muito mais pessoas da comunidade à escola de artes. Afinal, nosso potencial é enorme e abrange desde a criança até pessoas da melhor idade, em uma verdadeira troca de vivência”, acrescentou.

A ação tem o objetivo de promover a vivência direta da arte junto aos alunos, professores e a comunidade em geral. Além desse fator, o projeto também oferece um processo de encontros interdisciplinares para ampliar a integração entre os segmentos envolvidos e gerar novas experiências aos participantes. No repertório musical desta manhã, estavam músicas africanas, composições de artistas como Tom Jobim e Djavan, além de canção da cultura popular paraibana como “Oh, Mana, deixa eu ir”.

Luiz Carlos Otávio é professor de técnica vocal e ensina violão clássico e erudito no Cearte. Ele foi um dos responsáveis pelas apresentações musicais da manhã desta quarta-feira. “Todos os meses, nossos alunos e convidados se apresentam aqui de maneira informal e descontraída. É uma forma de fazermos a divulgação boca a boca, que é uma forma de divulgação substancial”, observou. “E por mais que essas apresentações tenham um caráter informal, elas são um friozinho na barriga. Ao mesmo tempo elas são necessárias para melhorarmos e superarmos nossos medos na hora de uma apresentação oficial”, afirmou.

Graça Silva Nascimento, de 59 anos de idade, mora na comunidade São Gonçalo, que fica no bairro da Torre. Ela se apresentou na manhã desta quarta-feira e ressaltou a qualidade do ensino oferecido pelo Cearte. “Uma pessoa foi passando a informação para a outra e terminei sabendo do trabalho que é desenvolvido aqui no Centro. Eu comecei fazendo um curso de fotografia por causa de uma indicação que me deram do local. Hoje, participo do curso de teoria musical e técnica vocal. Pretendo agora fazer o curso de dança do ventre”, afirmou. “Já indiquei o Centro de Artes a outras pessoas da minha comunidade, porque aqui tem professores ótimos”, enfatizou.

O projeto – O ‘Programa de Índio’, realizado mensalmente, começou em maio de 2013 e faz alusão ao Dia do Índio, comemorado em abril. A escolha desse nome teve o objetivo de re-significar um termo que costuma ser utilizado de maneira pejorativa. Com o novo significado, a expressão se refere agora a um dia reservado à produção e cultivo da nossa cultura.

O Cearte-PB oferece acesso gratuito ao ensino da arte e fica localizado na Avenida General Osório, 36, Centro de João Pessoa. O telefone para contato é o 3214-3412. As matrículas para novos alunos acontecem na primeira quinzena de junho.



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